Compromisso da utilização do produto pela pessoa (parte 3)

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1.3. Apreciação das atitudes centradas no desenho
O desenhador determina que função adequada determina a utilização correta da visão padrão e assume que a utilização de ser derivada da função. Na visão padrão dos artefactos, o uso é entendido como uma reedição de uma função descrita por um desenhador, ou uma exploração de alguma outra capacidade física do artefacto, também descrita por um desenhador. No entanto um exame mais detalhado expõe essa visão para se basear em suposições questionáveis.
Primeiro essa abordagem assume uma tradução direta entre a descrição do desenho do artefacto por um desenhador e o material real com o qual os utilizadores se envolvem. Para estabelecer um vínculo entre o desenho e a utilização que é necessária assumir e que existe uma estrutura tecnofísica organizada pelo desenhador e que permanece invariante na realização material do artefacto. No entanto como se irá discutir nas seções subsequentes deste post essa invariância estrutural entre desenhar uma coisa, produzi-la e utiliza-la é controvérsia e empiricamente discutível. O ponto sobre a irredutibilidade de fazer para o desenho crucial, mas frequentemente ignorado. Houve alguns investigadores que expuseram recentemente este desprezo como sintomático de pressupostos culturalmente enraizados sobre a relação de forma e matéria.
Podendo haver críticas importantes contra a omnipresença do modelo morfológico no pensamento ocidental, que garante a forma como independentemente concebida no intelecto dum actor humano e impostas à matéria, podendo ser designado por um conjunto semelhante de crenças como o modelo de controlo centralizado. Por sua vez o controlo etimologicamente aponta para a cópia fiel da ideia dum ator intencional para o mundo físico.
Uma segunda e mais comummente crítica da atitude centrada no desenho e a utilização do ritual da adesão a métodos de raciocínio funcionais, independentemente de como esse raciocínio é informado sobre necessidades ou atividades antecipadas, não é suficiente para garantir o sucesso dum artefacto. Ao articular esta crítica o filósofo da tecnologia apontou o difícil problema de colmatar dois diferentes contextos de intenções e ações humanas; o contexto do desenho e o contexto da utilização. Na próxima seção irasse discutir teorias e métodos que assumem ou aspiram a estabelecer uma via de comunicação entre o contexto do desenho e o contexto da utilização. Essas teorias foram desenvolvidas em esforços para corrigir a consideração unilateral do contexto de do desenho promovido por atitudes centradas no desenho técnico e para lançar luz sobre o fenômeno da utilização real.
2. Atitudes comunicativas
A forma mais comum de conceituar uma via de comunicação entre os contextos divergentes do desenho técnico e a utilização é através de uma visão de processos de comunicação. De acordo com esta visão o desenhador envia uma mensagem através do artefato que o utilizador então interpreta. Esta visão é um subconjunto duma literatura maior em investigação nas ideias que são utilizadas no desenho de comunicação para enquadrar aspetos específicos de atividades do desenho e a sua utilização. No entanto, a perspetiva do processo é do particular interesse porque estabelece um vínculo entre a intenção dum desenhador e a interpretação dum utilizador. O seu pressuposto subjacente é que na medida em que os desenhadores desejam evocar pensamentos, sentimentos, experiências ou ações particulares aos utilizadores e o desenho e assim um processo comunicativo.
Compreender o desenho é como um processo de comunicação entre um desenhador e o utilizador, mediado por um produto físico, é uma ideia que levou a definição na engenharia. Esta mudança ocorreu ao lado dum interesse generalizado em modelos computacionais de linguísticos e a popularização da semiótica, o estudo dos sinais na sociedade. Aplicações de ideias comunicativas para desenhar produtos complexos e que eram construídos principalmente na teoria matemática da comunicação. A teoria consistia num remetente, numa mensagem, num meio e um recetor. Da mesma forma, a visão do processo de comunicação do desenho incluiu um desenhador o remetente, uma intenção de transmitir um propósito ou valor específico a mensagem, um produto físico médio e uma interpretação da mensagem por um utilizador-recetor.
2.1. A utilização do produto como decodificação duma mensagem
Os modelos comunicativos foram ainda mais refinados e generalizados na investigação do desenho técnico para se referir amplamente aos produtos, o seu desenho e interpretação, ao ponto em que se tornaram penetrantes. Tais abordagens instigaram um extenso debate sobre como as intenções do desenhador são codificadas no produto e interpretadas pelos utilizadores. Foram feitas objeções e controvérsias sobre como a contenção da intenção autoral dos produtos ou seu papel na influência das dotações dos utilizadores. Os críticos questionaram a compreensão passiva dos utilizadores implícitos neste modelo e a falta de consideração para seus contextos e intenções particulares.
Respondendo a tais críticas os investigadores do desenho sugeriram que fossem reutilizáveis a visão do processo de comunicação dos produtos para fins analíticos ou descritivos, em vez de normativos. Os defensores desta abordagem argumentaram que a visão do processo de comunicação do desenho é conceitualmente útil, mesmo que não possa ser traduzida em um quadro operacional para-se desenhar. O argumento para a utilidade conceitual é que porque os autores têm intenções e os utilizadores fazem interpretações dos produtos e dos conceitos de comunicação podem ser produtivos na descrição ou análise da relação à utilização do desenho. No entanto tais argumentos para a utilidade conceitual são frequentemente obscurecidos por abordagens que vinculam as intenções do desenhador com as interpretações do utilizador com o sucesso ou a eficácia de um desenho técnico.
Quando aplicado aos conceitos da função e utilização a visão do processo de comunicação sugeriria que o produto passa uma mensagem sobre o objetivo que se pretende executar ou uma sequência particular de ações e cenário de atividade no qual o artefacto é participar. A ideia de alinhar as sequências de ação antecipadas com as sequências das ações atuais é central na área de UXD – User Experience Design. A experiência, na maioria desses casos, representa o conceito de interpretação. Uma forma comum de falar sobre esse aspeto comunicativo de artefactos na UXD tem sido a noção de rendimento. O termo foi inicialmente proposto pela psicologia para descrever as possibilidades das ações emergentes das relações reciprocas entre atores e meio ambiente. O significado inicial do termo era ecológico, no sentido de que falava inclusivamente de organismos e seus nichos.
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